terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dorcas


“[...] mostrando-lhe as túnicas e vestidos que Dorcas fizera [...]” (At 9.39)

Dorcas não era uma mulher particularmente interessante. A única coisa que sabia fazer bem era costurar, e quem é que consideraria isso uma coisa notável? Muitas mulheres podiam fazer outro tanto.

Dorcas era uma mulher de um só talento (Mt 25.14-29) e o mesmo era considerado insignificante. Teria sido natural que ela pensasse: “Não sou profetiza como Miriã, e não posso governar um país como Débora. Não sou uma mulher capaz de desempenhar um papel relevante na história do meu país. Não pertenço à categoria das mulheres talentosas”.

Parece que o casamento e a maternidade também a tinham deixado de lado. Contudo, há uma coisa em que Dorcas ultrapassara todas as mulheres da Bíblia: ela é a única chamada discípula! Dorcas era uma discípula, uma seguidora de Jesus, e isso fazia toda a diferença. Ela abriu o seu coração a Jesus antes de segui-lo. Ele tornou-se o seu Salvador, antes de ser o seu Senhor. E embora ela o tivesse recebido como Redentor não se contentou com isso.

A fé é mais do que simples comunhão com Deus. A discípula usou-a para servir os outros – a verdadeira fé se expressa em obras. Aquele que segue a Cristo é movido na direção das pessoas, exatamente como o Senhor Jesus era. Torna-se criativo e quer fazer todo o possível para dar a sua vida o máximo significado. Portanto, a discípula Dorcas fez o que brotava naturalmente dela. Costurou, especialmente para as viúvas pobres. Aplicou toda a sua capacidade nesse trabalho.

Jope – agora Jafa –, um ponto que fica no Mar Mediterrâneo, deve ter tido uma grande quantidade de viúvas. Durante os maus tempos sobre o mar, muitos pescadores naufragavam e afogavam-se. Essas mulheres haviam perdido não só os maridos, mas a fonte de receita. Não havia qualquer seguro social naqueles tempos, entretanto, o Eterno havia estabelecido ao Seu povo que cuidasse das viúvas e dos órfãos (Ex 22.22-24; Dt 10.17,18). Se obedientes às ordens de Deus as viúvas não passariam privações básicas e o povo desfrutaria da alegria e bênçãos abundantes da recompensa que Deus lhes havia garantido (Dt 14.29 e 24.19).

O Eterno tinha prometido ser o guardião das viúvas. Elas teriam cuidado e proteção especiais da sua parte. Sendo uma discípula Dorcas sabia o que dava prazer ao seu Senhor, ou seja, cuidar daquele grupo de pessoas em que Cristo estava particularmente interessado. Portanto, ela não executava o seu trabalho com indiferença. Não era simplesmente um passatempo. Fazia-o de todo o coração, porque amava a Deus. Quando Jesus transformou o seu coração Dorcas tornou-se uma mulher livre. Ele auto definiu-se como a Verdade (Jo 14.6). Mais tarde, afirmou que aqueles que eram libertos por Ele ficavam verdadeiramente livres (Jo 8.32, 36). Dorcas agia nessa base de liberdade.

A Bíblia nos faz pensar que Dorcas era solteira, mas não parece que ela tenha se sentido frustrada por sentimentos de inferioridade. Não tinha qualquer desejo de competir em importância com as mulheres casadas, ao seu redor. Não tinha qualquer constrangimento diante das mulheres que possuíam seus filhos.

“Que é isso na tua mão?” – havia perguntado o Senhor a Moisés há muito tempo (Ex 14.2-5). Ele respondeu: “Uma vara”. “Vai e trabalha com essa vara e será meu servo” – disse Deus.

“Se Deus tivesse feito a mesma pergunta a Dorcas, ela teria respondido: “Uma agulha e uma linha, Senhor”. Então, Jesus lhe diria que eram esses precisamente os instrumentos com que podia servi-Lo.

A vida, a morte e a ressurreição de Dorcas ajudaram a disseminar as boas novas e por isso Pedro não pôde deixar Jope durante algum tempo, porque era solicitado pelas pessoas que desejavam saber mais acerca da vida eterna e de Jesus Cristo, o Senhor.Dorcas começou um movimento que se espalhou para além das fronteiras da sua cidade e do seu país. Através de uma agulha e uma linha tornou-se uma grande evangelista.

Quem poderá contar as inúmeras mulheres que foram influenciadas pela vida de Dorcas? O seu belo exemplo jamais se extinguirá.É isso o máximo que qualquer discípulo pode desejar: ser como o seu Mestre, isso é, servir.
Pastor Francisco Carlos Côrtes Alves,

Igreja Evangélica Batista Água Verde - Curitiba, PR

2 comentários:

Lorena Cristina e Rose Rodigues disse...

Estou tentando implantar um curso de artes e artesanato na minha igreja. Gostaria de saber quais procedimentos vcs tomaram para iniciar o trabalho em sua igreja.
O material foi doado, houve taxa de inscrições, trouxeram professores de fora da igreja?
Pode me ajudar?

Unknown disse...

Acho maravilhoso essa narrativa bíblica, onde uma costureira foi salva por Deus e de sua importância na sociedade de sua época.

Tenho irmãs em São Paulo, Capital, que realizam esse trabalho diariamente. Quando vejo e escuto aquelas máquinas trabalhando, a atenção e habilidades da costureira, a costura exigida, entendo que não é brincadeira, mas sim uma profissão interessantissima e de alta importancia na sociedade. Todos nós precisamos dessas profissionais que não conhecemos pessoalmente, mas que que nos ajudam a manter nossa aparência prazeirosa diariamente.